Estudantes de medicina da Uefs usam redes sociais para pedir liberação de ambulatório

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Com a hashtag #LiberaRuiCosta os estudantes do curso de medicina da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) estão realizando uma mobilização nas redes sociais para a liberação do Ambulatório de Saúde da instituição, que está pronto há alguns meses, porém sem funcionamento. Além do ambulatório, os estudantes reivindicam melhorias para o curso.

A mobilização não está restrita as redes sociais. Os alunos farão um protesto nesta sexta-feira (13), em frente à universidade.

O Diretório Acadêmico de Medicina informa que para o ambulatório comece a funcionar precisa apenas de uma ordem de liberação do Governo do Estado, no entanto, a Secretaria Municipal de Comunicação informou que a instalação destes espaços não depende de autorização da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab).

“De responsabilidade da própria universidade, a instalação desses espaços não depende de autorização Sesab. Isto porque as instituições de ensino superior estaduais possuem autonomia e podem gerir os próprios orçamentos, decidindo, através dos conselhos universitários, como e onde aplicar os recursos”, diz nota de esclarecimento.

Sobre a autonomia das universidades uma das estudantes que entraram em contato com o Acorda Cidade informou que apesar desta independência, a Uefs não tem autossuficiência para prosseguir com vários projetos e melhorias por conta da redução da verba destinada para a instituição.

Reunião

O secretário estadual da Educação, Walter Pinheiro, e o reitor da Uefs, Evandro do Nascimento Silva, se reunirão na próxima segunda-feira (16), em Salvador. Eles vão discutir o modelo de estruturas de aprendizado implantado na Universidade do Estado da Bahia (Uneb).

Segundo a assessoria de imprensa, a sugestão do secretário é que a Uefs siga o modelo da Uneb, que possui espaços para o desenvolvimento de atividades nas áreas de enfermagem, medicina, nutrição, odontologia, psicologia e fisioterapia, como ambulatórios, farmácia e clínicas.

O ambulatório é necessário

A estudante Ivana Almeida, do Diretório Acadêmico de Medicina, informou que, além do curso de medicina, o ambulatório é destinado também aos cursos de enfermagem, psicologia, farmácia e educação física. O equipamento faz parte do Plano de Desenvolvimento Institucional 2011-2015 e foi construído em um prédio ocioso do Centro Social Urbano (CSU).

Ela destacou que não só os estudantes como também a comunidade será beneficiada com o funcionamento do ambulatório.

“O ambulatório será de fundamental importância para o desenvolvimento de atividades dos diversos cursos citados. Tratando-se do curso de Medicina, o ambulatório será utilizado pelos estudantes do ciclo básico, internato e até mesmo para os profissionais inseridos na Residência de Medicina de Família e Comunidade (recém implantada na Uefs). A formação médica necessita de campos de prática para o pleno desenvolvimento das competências do estudante relacionadas à diagnóstico, avaliação geral de pacientes e comunicação. Além disso, a comunidade feirense, que tanto sofre com a escassez de vagas do serviço público, se beneficiaria com a oferta de consultas com clínicos gerais e especialistas, além da realização de procedimentos”, explicou.

Ela destacou que “no Internato, os estudantes de medicina fazem aplicação prática para consolidação dos conhecimentos adquiridos no ciclo básico. Porém, os alunos se queixam de chegar ao internato com muita insegurança em relação a atendimentos ambulatoriais, devido às poucas oportunidades de prática durante às séries do ciclo básico. Por isso, o funcionamento do ambulatório se tornaria uma estratégia para ampliar as habilidades através do contato precoce com pacientes, através dos atendimentos supervisionados com professores”.

O diretório reafirmou que a Uefs necessita da contrapartida do Governo Estadual, pois o orçamento da universidade está cada vez mais restrito. “Os estudantes e professores sofrem com paralisações constantes devido à falta de pagamento de funcionários e terceirizados”.

Outro problema enfrentado, segundo o diretório, é a questão do corte da insalubridade dos professores, de modo que muitos que trabalham em laboratórios e atividades práticas se recusam a realizar esse tipo de atividade. “Além disso, lidamos diariamente com o sucateamento da universidade, a falta de materiais e a dificuldade de aquisição e manutenção dos equipamentos e macromodelos que já existem nos laboratórios”, afirmou.

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