Estudante que matou namorada com 36 facadas é condenado mas segue em liberdade

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O estudante de direito Jardel de Souza, que em 2007 matou com 36 facadas a namorada – a estudante de psicologia Milene Bittencourt -, foi julgado e condenado nesta quinta-feira, 23, no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, a 14 anos e seis meses de prisão em regime fechado. Mas o réu, mesmo condenado, permanecerá em liberdade até o resultado da apelação feita pela  defesa.

Jardel foi sentenciado a 13 anos por homicídio e a um ano e seis meses por ocultação do corpo da vítima.  “Ele foi condenado por homicídio duplamente qualificado, por utilização de meio cruel, usando recurso que impossibilitou a defesa da vítima, e  por ocultação de cadáver”, explicou o promotor de justiça Jânio Braga.

Segundo Taurino Araújo, advogado de defesa do acusado, o crime aconteceu por legítima defesa.  “O crime foi resultado de  provocação da vítima. Foi ela quem pegou a faca para atingi-lo. Jardel agiu em legítima  defesa com excesso exculpável”, disse o advogado, explicando que, apesar da reação excessiva, Jardel não desejava que o crime ocorresse.

Entretanto, o promotor afirma  que a versão apresentada pela defesa não condiz com a realidade.  “Nem eu nem os jurados acreditamos em legítima defesa. Ele não tem um corte e ela levou 36 facadas”, disse. A família de Milene Bittencourt afirma que não está satisfeita com o resultado do julgamento.

“Minha expectativa era que ele saísse daqui preso e algemado. Eu esperei por isso sete anos da minha vida. Como é que hoje ele sai daqui andando?”, disse a mãe da vítima, Maria das Graças.

Histórico

O crime aconteceu na tarde do dia 15 de setembro de 2007, na residência da vítima, na  Avenida Paralela.  Jardel de Souza matou Milene Bittencourt com 36 facadas e colocou o corpo no porta-malas de um veículo que abandonou  no estacionamento do terminal do sistema ferryboat, na Cidade Baixa, até o dia  seguinte.

Ele foi preso, no dia 16 de setembro, quando tentava transferir o corpo da vítima para outro carro,  já na garagem de um prédio onde morava uma ex-namorada.

Entretanto, em 2008, Jardel conseguiu   um habeas corpus  e permaneceu em liberdade até o dia do seu julgamento.

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