Alvo de ataques racistas na internet, jovem revela que vai lutar contra impunidade

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Refeita do impacto de ter sido vítima de manifestações racistas no Facebook, Maria das Dores Martins, 20 anos, conta que está focada em um objetivo: não deixar que o caso termine impune. Em entrevista ao R7, a jovem e o namorado Leandro Freitas, 18, ambos da cidade de Muriaé, na Zona da Mata de Minas Gerais, destacaram que lutar por justiça significa, de modo simbólico, tentar impedir que situações semelhantes se repitam.

—Se a gente não correr atrás dos nossos direitos, eles [agressores] podem fazer o mesmo com outras pessoas, não só com a gente. Todo mundo que sofrer algum tipo de preconceito, seja qual for, tem que correr atrás e procurar seus direitos. Não pode deixar impune.

A onda de preconceito foi deflagrada em razão de uma foto postada por Maria, que é negra, ao lado de Leandro, no perfil dela na rede social, a mesma que serviu para unir o casal, junto há um ano e oito meses.

— A gente se via na rua, ficava trocando olhares. Aí, tinha um amigo dele que perguntou qual era o meu nome. Ele [Leandro] pesquisou na rede social, me encontrou, começou a conversar e marcou de sair comigo.

A imagem foi publicada em junho, mas somente dois meses depois que os comentários preconceituosos começaram a surgir. Quem descobriu foi o jovem, alertado por uma pessoa que o adicionou no Facebook. Ao constatar as agressões virtuais, ele ligou para a namorada, que, em um primeiro momento, ficou chocada com o que viu.

— Fiquei triste. Foi um baque para mim, porque nunca tinha passado por isso. Fiquei bastante arrasada, triste, chorei, mas ele me deu apoio e eu fui me acalmando. Ele falou para eu não chorar, porque essas pessoas não mereciam meu choro.

Maria desabafa ao falar sobre o que considera um “preconceito ridículo” e defende que para o amor não existe qualquer barreira.

— Em pleno século XXI, as pessoas tendo esse preconceito ridículo. Só porque ele é branco e eu sou negra não quer dizer que a gente não possa ter um relacionamento. Então, somos todos iguais, independentemente de qualquer coisa. Por baixo da pele tem sangue e o sangue é vermelho. As pessoas têm que entender que somos filhos do mesmo criador. Então, não podemos ter esse tipo de preconceito.

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