Advogado não vai defender jovem que ofendeu Aranha

1588545119-patricia-moreira-torcedora-que-xingou-aranha-de-macaco-foi-afastada-do-trabalho-1972439364

1588545119-patricia-moreira-torcedora-que-xingou-aranha-de-macaco-foi-afastada-do-trabalho-1972439364

Depois de dar entrevista como advogado de Patrícia Moreira, jovem gaúcha flagrada pelas câmeras da ESPN Brasil fritando “Ma-ca-co!” e ofendendo o goleiro Aranha, Guilherme Abrão mandou as atendentes do escritório onde atua em Porto Alegre negarem que ele topou a causa.

“O Dr. Guilherme foi consultado pelos parentes da Patrícia, mas não foi contratado. Ele não vai atuar no caso por razões pessoais”, disse uma das atendentes.

Na manhã desta segunda-feira, a própria Patrícia Moreira, ao lado de dois parantes, foi ao escritório de advocacia em Porto Alegre. Segundo informações dadas pelo próprio Dr. Abrão ao site Globo.com, a torcedora do Grêmio estaria disposta a pedir desculpas.

“Ela quer fazer um pedido de desculpas a Aranha. Ela também quer pedir desculpas ao Grêmio e aos torcedores pelo xingamento, que foi infeliz, num momento de pressão do jogo. Aquilo aconteceu no calor do jogo, ela não é uma pessoa racista”, disse Guilherme Abrão ao portal.

Na última quinta-feira, na Arena do Grêmio, torcedores gremistas imitaram macacos e desferiram palavras de conteúdo racista contra o goleiro Aranha. As imagens da televisão mostram Patrícia em close. Além dela, outros torcedores tricolores foram flagrados. Entre eles, alguns afro-descendentes.

Desde a madrugada de sexta-feira, Patrícia não voltou para casa. Os pais também deixaram a residência temendo represálias. Afinal, assim que o jogo terminou as páginas da jovem gaúcha nas mídias sociais, foram invadidas por ofensas, o que a obrigou a tirar seus perfis do ar. Ao advogado, Patrícia garantiu não ser racista e disse que fez o que fez sem pensar, movida pela paixão. O Grêmio perdeu o jogo por 2 a 0 e pode sofrer forte punição por causa da atitude dela e de outros apaixonados.

Ela contou também que parentes dela, como uma prima adolescente, não pode sequer ir à escola porque sofreu ameaças. A casa dela, onde mora com os pais foi apedrejada. Além disso, ela foi afastada do emprego que tem na Brigada Militar.

Patrícia deve se apresentar para depor até quarta-feira. O delegado Herbert Mopura Ferreira, da 4ª Delegacia, disse ter a identificação de outros torcedores que cometeram atos de racismo no estádio. São fotos e um vídeo.

OUTRAS NOTÍCIAS